17 set 2020 – Economia e Finanças
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, por unanimidade, manter a Selic, a taxa básica de juros da economia, em 2% ao ano.
É a primeira vez, após nove cortes consecutivos, que a Selic não sofre alteração. Ainda assim, a taxa está no piso da série histórica do Copom, iniciada em junho de 1996.
O Copom voltou a se reunir em meio à alta no preço dos alimentos, de 8,83% em 12 meses até agosto. Esse reajuste não tem apenas um alimento como responsável – a maioria está com preços recordes no campo.
Porém, dois chamaram a atenção nos últimos dias: o arroz, com valorização de 19,2% no ano, e o óleo de soja, que subiu 18,6% no período.
O próprio BC, porém, já vinha indicando que a taxa Selic deveria ser mantida estável nesta quarta-feira antes mesmo da recente disparada dos preços dos alimentos.
Em agosto, informou que o País já estaria próximo do nível a partir do qual reduções adicionais na taxa de juros poderiam gerar instabilidade nos preços de ativos (alta do dólar, por exemplo). Assim, sinalizou cautela sobre a possibilidade de novos cortes.
O Copom fixa a taxa básica de juros com base no sistema de metas de inflação. Para 2021, ano no qual o BC já está mirando – as decisões sobre juros demoram de seis a nove meses para ter impacto pleno na economia -, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%.
Com a Selic a 2% ao ano, o Brasil segue com juro real (descontada a inflação) negativo.
Cálculos do site MoneYou e da Infinity Asset Management indicam que o juro real brasileiro está em -0,81% ao ano.
O País tem o 16.º juro real mais alto do mundo, considerando as 40 economias mais relevantes. No topo do ranking está a Turquia, com taxa real de 3%.
Fonte: Diário do Comércio