02 out 2020 – Economia e Finanças
A educação financeira vai muito além de poupar. Saber gastar bem e conhecer os passos para quitar dívidas, caso elas apareçam, é também uma forma de viver bem, independentemente das condições do momento.
Mas, a prática mostra que manter a saúde financeira em dia é difícil. No ano passado, 70% dos brasileiros atrasaram pelo menos uma conta e 47% tiveram o nome negativado, segundo pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). O levantamento, em que foram ouvidas 805 pessoas nas 27 capitais, também mostrou que 71% dos entrevistados não sabem ao certo o que é estar endividado.
“As pessoas têm uma visão equivocada do que é o endividamento”, destaca José Vignoli, educador financeiro do SPC Brasil. Toda a compra parcelada é caracterizada como dívida, até o momento em que for quitada. Essa confusão “torna os indivíduos mais vulneráveis à inadimplência”.
Para ajudar a ficar fora das estatísticas nesse ano, o Instituto de Longevidade Mongeral Aegon conversou com especialistas e listou 5 passos para quitar dívidas.
Coloque no papel
A primeira tarefa para deixar as contas em dia é saber como seu dinheiro está sendo usado. “Quando você entende quais são os gastos, pode separá-los por prioridades. Assim consegue ver exatamente o que pode ser cortado, como o cafezinho ou o cinema no fim de semana”, ensina Juliana Inhasz, professora de economia da FECAP (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado). Para começar, anote todas as compras feitas no mês e grife quais delas são indispensáveis.
Planeje compras grandes
Pretende reformar a casa? Comprar um carro novo? Fazer uma grande viagem? Então, pense bem em como adequará os custos ao seu orçamento.
Dívidas que exijam meses de compromisso precisam ser calculadas, de modo a não comprometer o orçamento pessoal. Afinal, não adianta comprar um veículo a prestação se, durante o financiamento, for preciso entrar no cheque especial, por exemplo.
Use menos o cartão de crédito
Os dados do SPC Brasil mostraram que o “dinheiro de plástico” é a maior causa de endividamento, atingindo 39% dos negativados no país. Para especialistas, a facilidade de uso, aliada aos altos juros das parcelas rotativas, torna a forma de pagamento especialmente perigosa.
O excesso de prestações no cartão e a falta de controle sobre os gastos podem gerar surpresas desagradáveis no fim do mês. Por isso, tenha sempre à mão o quanto tem sido gasto com esse meio de pagamento, estabeleça limites e, se for o caso, deixe-o em casa.
Tenha cuidado com o empréstimo consignado
Essa modalidade de empréstimo indireto, na qual as parcelas são deduzidas da folha de pagamento ou do INSS, costuma ter juros mais baixos, se comparada a outras opções do mercado. Ela pode ser uma opção para grandes compras ou emergências pontuais.
O problema reside na contratação irresponsável do serviço. “As pessoas precisam ter muito cuidado com consignados e só pegar empréstimo dessa maneira quando for realmente necessário. Assim, não correm o risco de entrar em dívidas supérfluas”, argumenta Vignoli.
Abasteça um fundo de emergência
Assim que as contas estiverem em dia, é hora de colocar em prática o último dos 5 passos para quitar dívidas: planejar para não passar mais apertos no futuro. Guardar uma quantia mensal é uma forma de se precaver de imprevistos, como desemprego ou problemas de saúde.
Inhasz explica que “se você tem o hábito de ter um gasto muito maior do que a receita, fica sujeito a entrar em dívidas caso ocorra qualquer variável no orçamento. O ideal é ajudar os hábitos de consumo para ter uma reserva de segurança”.
O problema reside na contratação irresponsável do serviço. “As pessoas precisam ter muito cuidado com consignados e só pegar empréstimo dessa maneira quando for realmente necessário. Assim, não correm o risco de entrar em dívidas supérfluas”, argumenta Vignoli.
Fonte: Contábeis