01 mar 2021 – Economia e Finanças
Todos nós já ouvimos as histórias dos novos milionários por causa do bitcoin. Elon Musk está entre os últimos que aderiram à compra da criptomoeda.
Sua empresa de carros elétricos Tesla teve um lucro de mais de US$ 900 milhões depois de comprar US$ 1,5 bilhão em bitcoins no início de fevereiro.
Esse anúncio ajudou a empurrar a cotação da criptomoeda para mais de US$ 58 mil.
Mas não é apenas o preço do ativo digital que atingiu um pico histórico. Isso também acontece com a sua pegada energética. E levou a um questionamento de Musk, à medida que a escala do impacto ambiental da moeda se tornava mais clara.
Isso também levou a novos críticos de alto nível questionando a moeda digital nesta semana, incluindo a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen.
O principal conselheiro econômico do presidente Joe Biden descreveu o bitcoin como “uma forma extremamente ineficiente de fazer transações” e disse que “a quantidade de energia consumida no processamento dessas transações é impressionante”.
O gasto de energia:
Não está claro exatamente quanta energia o bitcoin usa.
As criptomoedas são, por padrão, difíceis de se rastrear, mas o consenso é que a mineração de bitcoins é um negócio que consome muita eletricidade.
O Centro de Finanças Alternativas da Universidade de Cambridge (CCAF), que estuda o crescente negócio de criptografia, estima que o consumo total de energia do bitcoin está entre 40 e 445 terawatts-hora (TWh) por ano, com uma estimativa média de cerca de 130 terawatts-hora.
O consumo de eletricidade do Reino Unido é de pouco mais de 300 TWh por ano, enquanto a Argentina usa aproximadamente a mesma quantidade de energia que a melhor estimativa do CCAF para bitcoin.
E a eletricidade que os mineradores de bitcoin usam vem predominantemente de fontes poluentes.
A equipe do CCAF pesquisou as pessoas que administram a rede bitcoin em todo o mundo sobre o uso de energia e descobriu que cerca de dois terços vem de combustíveis fósseis.
A tecnologia:
O enorme poder de computação e, portanto, o uso de energia, está embutido na maneira como a tecnologia blockchain que sustenta a criptomoeda foi projetada.
Ela é baseada em uma vasta rede descentralizada de computadores.
São os chamados “mineiros” que permitem a criação de novos bitcoins, mas também verificam e registram de forma independente cada transação realizada na moeda.