21 nov 2017 – Trabalho / Previdência
Comércio e Indústria da Transformação impulsionaram o oitavo resultado positivo do Caged no ano. Saldo acumulado em 2017 já é de 302 mil novos postos de trabalho.
O saldo de empregos formais no Brasil atingiu o melhor resultado deste ano, com a abertura de 76.599 novas vagas no mês de outubro. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta segunda-feira (20) pelo Ministério do Trabalho (MTb), foram registradas 1.187.819 admissões e 1.111.220 demissões no mês passado.
Este foi o oitavo saldo positivo de 2017 e o sétimo consecutivo no ano, elevando o acumulado desde janeiro para 302.189 novos postos de trabalho. Também foi o melhor resultado do mês de outubro desde 2013, quando o Caged registrou saldo de 94,8 mil empregos. “São números que nos dão ainda mais certeza de que as medidas adotadas pelo governo colocaram o Brasil de volta nos trilhos do crescimento econômico”, afirmou o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira. “A economia está em marcha. A melhor forma de distribuição de renda é o emprego, e o Brasil do futuro é o Brasil do emprego.”
O saldo de outubro representa um crescimento de 0,20% em relação ao estoque de empregos celetistas do mês anterior. No acumulado de janeiro a outubro, a alta é de 0,79% sobre o estoque de dezembro de 2016.
O saldo de outubro também teve impacto positivo sobre o acumulado dos últimos 12 meses, que ainda ficou em -294.305, mas já indica uma forte recuperação na comparação com o acumulado até setembro, que foi de -466.654.
Setores – O crescimento do mercado formal em outubro foi puxado por três setores – Comércio, Indústria da Transformação e Serviços. “São setores que já vinham registrando números positivos. O crescimento destacado do Comércio já reflete, também, o otimismo e o aumento da produção da Indústria verificados em meses anteriores”, lembrou o ministro Ronaldo Nogueira.
O saldo positivo do Comércio chegou a 37.321 novos postos, alta de 0,42% em relação ao estoque de empregos de setembro. Desse saldo, 30.183 novas vagas foram geradas pelo Comércio Varejista e 7.138, pelo Comércio Atacadista.
A Indústria de Transformação veio logo após, com 33.200 novas vagas no mês (+0,45%), registrando expansão em 11 dos 12 subsetores da atividade industrial. Destacaram-se a Indústria de Produtos Alimentícios, Bebidas e Álcool Etílico (20.565 empregos); Indústria Têxtil do Vestuário e Artefatos de Tecidos (2.235); Indústria Química de Produtos Farmacêuticos, Veterinários, Perfumaria (2.080); Indústria da Madeira e Mobiliário (2.080 empregos); Indústria Mecânica (1.916 postos); Indústria do Material Elétrico e de Comunicações (1.310 vínculos); e a Indústria do Papel, Papelão, Editorial e Gráfica (1.003 vínculos empregatícios).
O setor de Serviços registrou 15.915 novos empregos formais (+0,09%). Cinco dos seis subsetores de Serviços tiveram saldo positivo: Comércio e Administração de Imóveis, Valores Mobiliários, Serviço Técnico (7.628 postos de trabalho); Serviços Médicos, Odontológicos e Veterinários (4.694); Transportes e Comunicações (2.540); Ensino (842 postos formais); e Serviços de Alojamento, Alimentação, Reparação, Manutenção, Redação (293 vínculos).
Os recuos de outubro foram verificados nos setores da Construção Civil (-4.764 postos de trabalho), Agropecuária (-3.551), Serviços Industriais de Utilidade Pública (-729), Extrativa Mineral (-532) e Administração Pública (-261).
Segundo o ministro, a tendência é de que setores como a construção civil recuperem os níveis de emprego já no primeiro semestre de 2018, porque precisam de algum tempo até a apresentação, aprovação e execução de projetos, quando enfim as vagas de empregos são geradas.
Ronaldo Nogueira também lembrou que o mercado de trabalho deve ser movimentado por investimentos do setor automobilístico, em torno de R$ 15 bilhões, para 2018. “Esse setor estava demitindo, ou trabalhando com a redução de turnos, mas agora já está retomando sua capacidade”, pontuou.
Ele acrescentou que, com a modernização da legislação trabalhista, o Brasil tem potencial para gerar dois milhões de novas vagas nos próximos dois anos, apenas em novas modalidades, como os trabalhos intermitente, em tempo parcial e o teletrabalho.
Regiões – Quatro das cinco regiões tiveram crescimento do nível de emprego em outubro, com o Nordeste mantendo-se na frente, a exemplo do que já acontecera em setembro. Foram 37.801 novos postos na região, alta de 0,60% em relação ao estoque do mês anterior.
A Região Sul também voltou a aparecer entre os destaques, com a abertura de 21.444 postos (+0,30%), acima do Sudeste, que registrou a abertura de 13.552 novas vagas (+0,07%) e do Norte, com 4.210 postos de trabalho (+0,24%). Apenas na Região Centro-Oeste houve uma leve retração (-0,01% sobre o mês anterior), equivalente a 408 postos formais fechados.
Estados – Entre os estados e Distrito Federal, houve 22 saldos positivos no Caged de outubro. Alagoas liderou a expansão, com aumento de 4,93%, equivalente a um saldo de 16.393 empregos, seguido por São Paulo, com crescimento de 0,09% e saldo de 11.349 novos vínculos, e Pernambuco, que teve alta de 0,70% graças à geração de 8.718 novos postos.
Santa Catarina puxou o bom desempenho da Região Sul, com crescimento de 0,43%, equivalente a 8.611 vínculos empregatícios, e o Rio Grande do Sul voltou a ter saldo positivo, com abertura de 8.084 novas vagas, um crescimento de 0,32%.
Também se destacaram Sergipe, com saldo de 5.491 postos (+1,93%); Paraná, com a criação de 4.749 novas vagas (+0,18%); e Minas Gerais, que teve saldo positivo de 4.509 vínculos empregatícios (+0,11%).
Segundo os dados do Caged, só cinco unidades da Federação tiveram retração no saldo de empregos em outubro. Foram eles o Rio de Janeiro (-0,11%), Goiás (-0,14%), Acre (-0,26%) e Amapá (-0,07%) e Bahia, com redução de somente 36 vagas.
Salários – O Caged também mostrou que, no mês de outubro, o salário médio de admissão no País foi de R$ 1.463,12, enquanto o salário médio de demissão foi de R$ 1.675,95. No acumulado de 12 meses, os ganhos reais (descontada a inflação pelo INPC) do salário médio de admissão foram de R$ 53,12 (+3,8%), enquanto no salário de demissão, chegam a R$ 65,75 (+4,1%). Já para o mês de outubro houve uma leve redução nos ganhos reais, de R$ 16,77 (-1,1%) no salário de admissão e de R$ 11,38 (-0,7%) no salário de demissão, em relação aos salários do mês de setembro de 2017. O ministro salientou, porém, que essas reduções são normais nessa época do ano, devido à sazonalidade.
Fonte: Ministério do Trabalho