29 jul 2020 – Trabalho / Previdência
O Brasil perdeu 1.198.363 de postos de trabalho com carteira assinada no primeiro semestre do ano, no pior resultado para o período desde o início da série histórica do Ministério da Economia, em 2010. No mesmo período do ano passado, foram criadas 408.500 vagas.
O mercado de trabalho foi fortemente afetado pela pandemia do coronavírus, que provocou o fechamento de diversas atividades econômicas no país. O resultado do primeiro semestre é o saldo, ou seja, a diferença entre 6.718.276 contratações e 7.916.639 demissões.
Desemprego junho
Apenas no mês de junho foram fechadas 10.984 vagas com carteira, no pior resultado para o mês desde 2016 (-91.032 vagas). O número é pior que o registrado em junho de 2019 (+48.436), mas representa desaceleração no ritmo de perda de vagas em relação aos meses anteriores, também afetados pela pandemia.
Junho: -10.984 vagas
Maio: -350.303 vagas
Abril: -918.286 vagas
Março: -259.917 vagas
O total de pessoas que estavam empregadas com carteira assinada em junho somou 37.611.260, o que representa uma variação de -0,03% em relação ao mês anterior.
Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e foram divulgados hoje pelo Minnistério da Economia.
Recuperação
O secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, defendeu hoje que o desempenho do emprego formal em junho sinaliza uma melhora da economia.
“Frente a tudo isso que passamos, o número [de junho] é absolutamente positivo”, afirma Bruno Bianco, secretário especial de Previdência e Trabalho.
Ele afirmou ainda que os números do Caged já demonstram claramente que a recuperação em “V” (queda e recuperação rápidas) no pós-crise é muito possível, dado que o mercado de trabalho já está reagindo.
Bianco também frisou a importância do Bem, benefício pago pelo governo aos que têm redução de jornada ou contrato de trabalho suspenso, para preservação dos empregos, ressaltando que já foram feitos até o momento cerca de 15 milhões de acordos.
O secretário afirmou ter expectativas muito positivas para os dados de julho do Caged e apontou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, lançará “nos próximos dias” medidas para geração de empregos no pós-crise.
Demissões serviços e comércio
Em junho, três dos cinco grupos de atividade econômica analisados pelo Caged tiveram queda nos empregos. Veja a seguir o desempenho de cada setor:
Serviços: -44.891 vagas;
Comércio (inclui reparação de veículos automotores e motocicletas): -16.646 vagas;
Indústria: -3.545 vagas;
Construção civil: +17.270 vagas;
Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura: +36.836 vagas.
CAGED
Os dados do Caged consideram apenas os empregos com carteira assinada. Existem outros números sobre desemprego apresentados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que são mais amplos, pois levam em conta todos os trabalhadores, com e sem carteira.
A última Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua registrou que o Brasil tinha, em média, 12,7 milhões de desempregados no trimestre encerrado em maio. (Com Reuters).
Fonte: Contábeis